Seguimentos sociais,
religiosos, políticos e populares estiveram ontem na Câmara de Vereadores de
Alexandria em busca de uma resposta para a pergunta que todos os alexandrienses
fazem: o que fazer quando a água acabar? Resta pouco, no máximo em 30 dias o
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Alexandria vai parar as atividades.
Exceto, se chover em grandes proporções até lá.
A proposição para audiência
foi do vereador Júnior Abrantes, acolhida pelos demais colegas. Para alguns
presentes, não somou o esperado. Embora o intuito da audiência foi buscar
idéias e soluções para esboçar um projeto, muitos se limitaram a relatar o
problema já existente, conhecido por todos e pouco se somou.
A esperança é que o
documento final traga um propósito eficiente. O Secretário de Recursos
Hídricos, presente a Audiência Pública junto ao vice-governador Fábio Dantas,
disse que sem um projeto bem elaborado nada ou pouco poderá ser feito.
O desafio maior é encontrar
soluções em curto prazo. Pelo menos um passo já foi dado: são muitos municípios
que atravessam problemas muito piores do que Alexandria. Mas, o nosso município
foi o primeiro a levar aos órgãos governamentais o problema. “Alexandria saiu
na frente”, disse Fábio Dantas.
A
mão temos uma resposta
No final da audiência, pouco ficou definido. O que fazer de imediato para que a
cidade não fique sem água? A adutora do Alto Oeste, nem pensar. Como esse blog
já bateu nessa tecla há anos, a
adutora, praticamente é inexistente. Ela nasce
na Barragem de Pau dos Ferros e nunca viu em sua tubulação nenhuma gota d’água,
já que a barragem de Pau dos Ferros está praticamente seca. Quando falo que a
adutora é praticamente inexistente, refiro-me a falha cometida na sua
construção. Ora, quando a barragem de Pau dos Ferros estiver com a sua bacia
hidrográfica no lume máximo, obviamente que os municípios que seriam
abastecidos por ela, inclusive Alexandria, também estarão com os seus
reservatórios cheios, sinal de um bom inverno na região. A adutora para ter a
sua funcionalidade deveria partir da Barragem de Apodí, justamente para suprir
a necessidade em períodos longos de seca.
Fala-se muito da adutora
construída no final do ano passado que traz água da Barragem de Apodí para Pau
dos Ferros. É verdade. Mas essa adutora é um paliativo. Foi construída para dar
uma resposta imediata para uma cobrança da população daquela cidade. É uma
adutora de engate com uma vazão pequena, onde não suporta abastecer nem 50% da
cidade.
Com essa opção descartada em
curto prazo, resta a alternativa da velha prática de carros pipa. Mas, a
pergunta veio do ex-prefeito Alberto Patrício. Transportar água de carros pipa
de onde? Até os cacimbões que existem no município e que atendem há muito tempo
essa prática, no caso o cacimbão pertencente ao Sr. Josuê, já não mais suporta
a demanda.
Resta a perfuração de poços.
Inclusive, o vereador Júnior Abrantes lembrou que cerca de 70 poços foram
perfurados no município no ano passado e a maioria não foram instalados pelo
Estado. Mas, esses poços, foram perfurados (na sua maioria) em propriedades
particulares, além do mais, seria praticamente impossível interligá-los a rede
do SAAE para abastecer a cidade. Os poços supririam a necessidades em algumas
comunidades rurais.
Resta, como última
alternativa, a perfuração de poços profundos estrategicamente para serem usados
e ligados a rede. Caso contrário, não será descartada a velha prática do carro
pipa para conduzir essa água aos reservatórios.
Pelo visto, não está longe
em que o povo de Alexandria vai voltar a fazer filas com a lata na cabeça.
Ouça as palavras do
Secretário de Recursos Hídricos do Estado, Mairton França.
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